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O amor nos tempos do excesso

  • Foto do escritor: Gabriel Gama
    Gabriel Gama
  • 8 de jun.
  • 1 min de leitura

Vivemos num fetiche de relações.


Afogados numa vontade irrefreável de fugir a nós mesmos.


Somos seres hiper hipersolitários e hiperconectados. Vestidos de máscaras, criamos os nossos teatros gregos. Reféns da ditadura da felicidade, de um gozo pelas aparências, reduzidos a representações, a títulos e a estados mentais.


Sob definições, por definições, em definições.


O outro?


O outro a serviço de nossas angústias, de nossos vazios. O outro fadado a ser muleta existencial para nossos egos solitários, como mercadorias para o nosso consumo de se sentir amado e reconhecido.


E caímos em velhas falácias, em velhos ditos populares: nas metades das laranjas, nas almas gêmeas, nas partes que nos faltam, nas utopias ultrarromânticas.


Tudo para não sofrer demais.

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No entanto, continuamos a sofrer. Presos à crença de ideias perfeitas e definitivas sobre o amor. Presos à crença do outro como suplemento e motivação de nossa existência.


Será que desacostumamos a amar?

Será que acostumamos a amar?

Será que somos vítimas de um mundo em liquidez?

Ou somos nós a própria liquidez do mundo?


É preciso... É preciso não perder de vista que os amores são sempre extensões da gente. São as nossas complementaridades, os nossos excessos saudáveis.


É isso.


Os amores são os nossos excessos saudáveis.

 
 
 

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