Servidão pós-moderna
- Gabriel Gama
- 8 de jun.
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Hoje, mais do que nunca, o poder quer fazer-se viver.
Ele está presente nas relações flutuantes da pós-modernidade, na servidão voluntária dos indivíduos, nos episódios aparentemente mais corriqueiros aos fatos mais grandiosos.
Vivemos tempos de violência mental, onde o controle se dá pela sedução. Sedução a estilos de vida padronizados, impostos e tacitamente aceitos, consentido por todos.
A violência não é somente pelo corpo, mas é neuronal. O poder controla pelo superdesempenho, pela superprodutividade.
Produza, produza, produza.
Para ser gente, para ter títulos, para ter respeito, para ser alguém, para sustentar suas máscaras.

Criam-se seres hiperativos por excelência em um mundo superabundante.
Seres felizes demais, tristes demais, otimistas demais, pessimistas demais, capazes demais, incapazes demais.
Sim. Demos luz a uma nova forma de escravidão. Somos escravos de nós mesmos, de nossas próprias ações, de nossas próprias convicções. Somos escravos de nossa própria liberdade. Compramos a nossa própria alienação. Fomos domados como rebanhos.
É preciso nos reconhecer diante disso tudo. Termos a consciência de nossa prisão voluntária. Termos a consciência de nossas autopunições, de nossas passividades.
É hora de sermos seres verdadeiramente contemporâneos.




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